As sementes de Cumaru são coletadas de uma árvore que pode atingir até 30 metros de altura. Os Kaiapó coletam a semente para comercialização em função do princípio ativo desta espécie, a cumarina. A semente de Cumaru é também valorizada pela alta gastronomia.

Para os Kayapó, a semente de Cumaru se tornou uma importante alternativa de geração de renda na época da seca, entre os meses de junho e setembro, período em que seus frutos amadurecem. As propriedades medicinais do cumaru são conhecidas pelos Kayapó desde tempos imemoriais, mas os kayapós tem trabalhado apenas com a comercialização das sementes.

A coleta da castanha da Amazônia (Bertholletia excelsa) constitui atividade tradicional do povo Kayapó que envolve a maioria das aldeias e de suas comunidades durante o período da chuva, de dezembro a março. Essa atividade representa não apenas uma das opções mais promissoras para a geração de renda sustentável, mas também uma complementação da dieta alimentar indígena, além da oportunidade de promover e de valorizar as práticas da cultura Kayapó.

A atividade contribui, também, para com a proteção territorial, pelo fato de os castanhais estarem dispersos por vastas áreas do território, o que estimula a circulação dos kayapó pela Terra Indígena, inibindo a prática de atividades ilegais e predatórias por terceiros. Ademais, a longa permanência das famílias nos acampamentos de coleta proporciona a oportunidade para os mais velhos transmitirem conhecimentos aos mais novos, fortalecendo a cultura Kayapó.

Fonte: AFP (Associação Floresta Protegida)