A farinha de babaçu, ingrediente da cerveja, é produzida do mesocarpo (a entrecasca ou polpa) do coco babaçu. A Palmeira do Babaçu (Orbignya phalerata) é amplamente utilizada pelos moradores da floresta amazônica, na região do médio Xingu, os indígenas e ribeirinhos. A palha da palmeira é aproveitada para fazer a cobertura, do teto e das paredes, de suas casas e para a fabricação de utensílios domésticos, como cestos e peneiras; da semente do coco é extraído o óleo, que tem as opções de uso culinário ou cosmético; e a farinha do mesocarpo é um alimento, sendo usada na produção de mingaus, bolos, caldos e com uso medicinal. O mesocarpo de babaçu é uma massa rica em fibras, ferro e potássio, com propriedades medicinais e composto por 60% de amido, por isso é mais utilizada na confecção de mingau para crianças e cremes ou caldos, como espessante e fonte de vitamina, para a alimentação de adultos e idosos. Para extrair o mesocarpo, o coco é coletado novo, ou seja, logo quando ele amadurece e cai das palmeiras nativas na floresta. O amadurecimento dos cocos acontece ao longo do ano todo, variando a sazonalidade em cada região. A extração e secagem da massa do mesocarpo é uma atividade familiar. Primeiramente os cocos são coletados do chão ao redor de suas palmeiras na floresta e, depois de extraída, a entrecasca é seca ao sol. Por fim, o mesocarpo seco é transformado em farinha de babaçu nas Miniusinas de produtos florestais não madeireiros das Reservas Extrativistas da Terra do Meio. As Miniusinas são unidades comunitárias de processamento de multiprodutos florestais, onde o conhecimento tradicional do manejo dos produtos da floresta é combinado às tecnologias de beneficiamento, agregando valores e processos a um produto de qualidade.

Fonte: Instituto Socioambiental