Saiba mais sobre o Tupi Guaporé

O Território Tupi Guaporé é formado por corredores de áreas protegidas que se interligam, envolvendo o Corredor Ecológico Binacional Itenez-Mamoré-Guaporé, os Corredores Etnoambiental Tupi Mondé e o Tupi Kwahiva.
Estes corredores de áreas protegidas - onde vivem uma grande diversidade de povos, com cerca de 28 povos indígenas e populações tradicionais - abrigam patrimônios culturais, sociais e ambientais que beneficiam a todo o Planeta. .
Localização do Tupi Guaporé
O território em números...

Diversidade Sociocultural
O território conta com povos falantes de mais 20 línguas abrangendo o tronco Tupi, Macro-jê, com diversas famílias, como por exemplo a família Mondé, Aikanã, Kanoe e Koazá, além dos povos isolados sem tronco linguístico identificado.
Os povos dessa região trabalham com recursos da floresta, sendo fundamentais para a conservação do território e atuando como guardiões da floresta.

Atividades Produtivas
A economia tradicional dos povos do território se baseia, sobretudo, no modelo doméstico de produção, organizado pelas unidades familiares. Esta estrutura econômica tradicional permite que ainda exista uma rede eficiente de trocas, generosidade e reciprocidade. As comercializações por meio de parcerias que valorizam o comércio justo e que vêm sendo estabelecidas com o tempo são importantes instrumentos para o desenvolvimento sustentável, fortalecendo a economia da floresta em pé baseada em produtos da diversidade socioambiental.

Conheça as áreas protegidas e os povos que vivem no Território do Tupi Guaporé

# |
Categoria |
Nome da Área Protegida |
Etnia ou Grupo Social |
Área (há) |
População |
1 |
Terra Indígena |
Igarapé Lourdes |
Ikolen, Karo e Isolados na Serra da Previdência |
195.144,43 |
984 |
2 |
Terra Indígena |
Kwazá do Rio São Pedro |
Aikanã e Kwaza |
16.860,65 |
25 |
3 |
Terra Indígena |
Pacaás-Novas |
Wari' |
281.655,52 |
1312 |
4 |
Terra Indígena |
Rio Branco |
Tupari, Makurap, Aruá, Kanoé, Jabuti, Kampé, Arikapu e Wajuru |
236.316,83 |
679 |
5 |
Terra Indígena |
Rio Guaporé |
Aikanã, Arikapú, Aruá, Djeoromitxí, Kanoê, Kajubim, Makurap, Tupari, Wajuru e Wari' |
117.161,71 |
911 |
6 |
Terra Indígena |
Rio Mequéns |
Makurap e Sakurabiat |
108.014,80 |
95 |
7 |
Terra Indígena |
Rio Negro Ocaia |
Wari' |
105.445,66 |
51 |
8 |
Terra Indígena |
Roosevelt |
Cinta Larga e Apurinã |
229.830,47 |
1817 |
9 |
Terra Indígena |
Sagarana |
Wari' |
18.934,15 |
342 |
10 |
Terra Indígena |
Sete de Setembro |
Suruí Paiter |
247.765,83 |
1375 |
11 |
Terra Indígena |
Tubarão/Latundê |
Aikanã, Kwaza e Nambikwara |
116.172,09 |
195 |
12 |
Terra Indígena |
Uru-Eu-Wau-Wau |
Amondawa, Isolados Bananeira, Isolados do Cautário, Isolados no Igarapé Oriente, Isolados no Igarapé Tiradentes, Juma, Kawahiva Isolado do Rio Muqui, Oro Win e Uru-Eu-Wau-Wau |
1.869.120,72 |
209 |
13 |
Terra Indígena |
Zoró |
Zoró |
355.427,12 |
711 |
14 |
Unidade de Conservação |
PARNA Serra da Cutia |
- |
283.914,77 |
- |
15 |
Unidade de Conservação |
REBIO do Rio Ouro Preto |
- |
52.152,74 |
- |
16 |
Unidade de Conservação |
REBIO do Traçadal |
- |
22.190,23 |
- |
17 |
Unidade de Conservação |
RESEX Barreiro das Antas |
Extrativistas |
106.201,42 |
40 |
18 |
Unidade de Conservação |
RESEX Rio Cautário (Estadual) |
Extrativistas |
141.935,65 |
300 |
19 |
Unidade de Conservação |
RESEX do Rio Cautário (Federal) |
Extrativistas |
74.460,52 |
50 |
20 |
Unidade de Conservação |
RESEX do Rio Ouro Preto |
Extrativistas |
200.314,13 |
185 |
21 |
Unidade de Conservação |
RESEX do Rio Pacaás Novos |
Extrativistas |
354.151,33 |
87 |
22 |
PDS |
PDS Dom Xavier Rey |
Extrativistas |
30.786,45 |
316 |
5.163.348 |
9.677 |
Pressões e ameaças
As áreas protegidas do Território Tupi Guaporé enfrentam crescentes pressões e ameaças. Entre as atividades destrutivas que geram impactos ambientais e que afetam praticamente todas as áreas estão a exploração ilegal de madeira, garimpo e a invasão de áreas por grandes fazendas que geralmente se encontram no entorno dessas áreas. Além das atividades relacionadas à pecuária, que em muitos casos, envolve arrendamento ilegal de terras, técnicas de queimadas, o que resulta no empobrecimento do solo.
A extração ilegal de madeira e o garimpo ocorrem em praticamente todos os territórios na Amazônia, muitas vezes por agentes externos, ou internamente quando algumas lideranças acabam cedendo às pressões externas, em razão da falta de oportunidade para gerarem renda, e por isso, se envolvem nestas atividades predatórias.
Curiosidades do Tupi Guaporé
Três instituições de apoio atuam na governança do território Tupi Guaporé na rede Origens Brasil®: Forest Trends, Kanindé e Pacto das Águas.
Em parceria com as associações AGUAPÉ, ASAEX e ASROP, o Pacto das Águas apoia diretamente 39 seringueiros das RESEX Estadual e Federal do Rio Cautário e RESEX do Rio Ouro Preto, em Rondônia. No ano de 2020 (de julho a dezembro) foram produzidos e comercializados 17 toneladas de Borracha Nativa - CVP (Cernambi Prensado), e com essa produção foi possível agregar valor com o apoio de recursos da subvenção da PGPMBio , pagos como adicionais de acordo com as quantidades entregues na organização, o que no total beneficiou famílias dos seringueiros envolvidos, estima-se que a cada ano esses números e a quantidades de seringueiros aumentem.
As empresas que adquirem a borracha nativa, dentro da nova dinâmica econômica sustentável, prezam pelo comércio ético e trabalho digno e compartilham o valor da cadeia produtiva, realizando o pagamento por serviços ambientais aos seringueiros pelos serviços que prestam à humanidade. Dessa forma, essa rede demonstra que é possível gerar desenvolvimento na Amazônia com a valorização dos seus modos de vida e conservando a floresta em pé.
Fonte: